O poeta ri na corrida do rio.
Se o dia for nublado e frio, eu rio.
Se a dor é forte e não passa, eu rio.
Se a paixão não ter a ver, eu sigo e rio.
Se no meio do mês faltar verba, eu rio.
Se a ingratidão sobrevier, eu só, rio.
Se um amigo desavier, eu entendo e, rio.
Se a água do rio da vida turbar, eu rio.
E ao findar da vida no passar do rio.
Do outro lado lerei o escrito frio.
Ele sempre riu e riu até no exício.
E ao lado de Cristo que me guiou no rio.
Na graça do amor eu direi: eu ainda rio!
(Molivars).