O HOMEM DO CASTELO ALTO

O HOMEM DO CASTELO ALTO

Aprisionados em seus carros

Não aceleram nem freiam

Dirigem em direção ao AP.

Congestionados ao hábito

Avançam um, um pouco mais

Sob os olhares de lado

Das buzinas dos carros

A pressa de chegar próximo

Outra vez parar de frente

Ao inóspito sinal vermelho

O fardo se repete dia dia

Farol baixo, farol alto

O imaginário virou orgia

O chofer tem fé, imagina

Estar na casa de campo

Com carneiros e cabras

Pastando em seu jardim

Ou nas areias brancas

Que seus pés irão pisar

E a molhar os cabelos

As águas azuis do mar

O carro do lixão buzina

No pé do ouvido e o faz

Tornar à realidade

O apito do amarelinho

E o vendedor de balas

Bate em seu vidro

Assustado o piloto

Quase teve um AVC

Arrotou pesado quase

Por caminhão atropelado

Engasgou-se, bravo golfou

Na gravata um pedaço

Lasca grande de chocolate

E amaldiçoou o mundo

E o seu nome: Raimundo.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 15/06/2019
Reeditado em 17/06/2019
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