FOLHAS DE OUTONO
“Ao Armando David”
As minhas folhas de outono
Jamais as posso negar
Trago a alma ao abandono
Por não as poder contar.
Elas chamam-se ilusões
Sem loucura nem transtorno
São filhas das emoções
As minhas folhas de outono.
Uma a uma vão caindo,
Às vezes parecem bailar,
Porque estão sempre fluindo
Jamais as posso contar.
Pairam pelo dia à solta
P´la noite tiram-me o sono
Porque andam à minha volta
Trago a alma ao abandono.
A vida me corre serena
Não urge nada mudar
Tenho pena, muita pena,
Por não as poder contar.
Nesta minha condição,
Corpo e alma em sintonia,
Co´ a liberdade por guião
Amparo-me à poesia.
Parece-me não ter fim
Esta serena estação
O outono esconde-se em mim
Quer eu o queira, quer não.
Divinas Euterpe e Polímnia
Que me tendes por encanto
Inspirai-me alínea a alínea
Neste poema e neste canto.
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA