O SER OU NÃO SER REFORMADO
O ser ou não ser reformado
Haver ou não limite de idade
Este é o indescritível estado
Que nada tem de seriedade.
Cumprindo a sua cidadania
Contribuindo com seu cuidado
Não se entende por mais-valia
O ser ou não ser reformado.
Se é um direito adquirido,
Por vezes com dificuldade,
É estranho e não tem sentido
Haver ou não limite d´ idade.
Para que serve a discussão
De assunto mais que arrumado?
Instalada qu´ está a confusão
Este é o indescritível estado.
Não se sabe o qu´ está por detrás
Por inteiro ou por metade,
Gato escondido, e loquaz,
Que nada tem de seriedade.
O apêndice está à vista
Nas ondas do oportunismo:
Passe-se “as contas” em revista
Fica para depois o altruísmo.
É clara a ditadura do ter,
A lei do cifrão está na calha,
Ninguém dá mais valor ao ser
E não se vê lei que nos valha…
Ter mais ou menos de setenta,
Nem aquece, nem arrefece,
Se a qualidade se apresenta
Toda a vil polémica esquece.
O ser ou não ser reformado
É questão de lana-caprina
E, mais ainda, aposentado
À laia de farsa vicentina.
Se aposentado ou reformado
Não é questão d´ identidade
“Projecto de Vida Ajustado”
Tem mais senso e propriedade.
Não há polémica que resista
Quando se diz Terceira Idade,
Cada falante seu ponto de vista,
Boca cheia de solidariedade.
Não sei se vejo bem ou não,
Ou se é apenas nevoeiro…
Um dia há-de vir D. Sebastião
E limpará o País inteiro!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA