VIDA PERDIDA

VIDA PERDIDA

(mote / glosa)

Pra cantar minhas tristezas

a ser poeta me atrevo...

numa Vida sem belezas

eu, bem inspirado, escrevo !

I

Se a Vida me foi ingrata

pouco fiz pra ser melhor...

se vou de mal a pior

-- vivendo feito barata --

nos "lixões", ruas, à cata

de bugigangas, miudezas,

sempre há tempo (entre incertezas)

que, para afastar o pranto

descanso, oculto num canto ,

pra cantar minhas tristezas.

I I

São canções que a mãe cantava

me embalando nos seus braços,

me dando beijos, abraços...

sem amor me alimentava !

Mil esperanças lhe dava

naqueles tempos primevos

seu neném, em grande enlevo.

Se não fui nada na Vida,

numa existência perdida...

a ser poeta me atrevo!

I I I

Foi preciso que um irmão

de surpresa "nos deixasse"

pra que a Família ajudasse

2 velhos -- sem teto ou chão --

cozinhando com carvão,

suportando as asperezas

de um viver só de durezas

num momento de miséria,

sendo razão pra pilhéria

numa Vida sem belezas.

I V

É certo que a Mão Divina

seus filhos não desampara

e uma ajuda ela prepara

-- seja grande ou pequenina --

e aos que merecem destina.

Hoje, agradecer eu devo

ao sobrinho ao qual "prescrevo"

a honra (?!) de usar meu nome,

por nunca mais passar fome...

eu, bem inspirado, escrevo !

"NATO" AZEVEDO

(em 14/abril 2018)

OBS: brincadeiras à parte,

dedico estes versos ao meu

sobrinho CINCINATO ANTUNES

AZEVEDO, se esforçando para

nos ajudar, mesmo "à nossa reve-

lia"! "Obrigado, meu jovem...

Deus lhe pague" !