QUERIDOS AMIGOS
ONDE ANDARÁ O FARIAS ?!
As vicissitudes da Vida têm o dom de me fazer criar... nunca produzi tanto nesses quase 34 ANOS de Pará. Em meados de 2000 -- com 8 acusações de "maltratos" contra minha mãe pesando sobre minha cabeça -- escrevi um livro inteiro, 22 ou 23 contos em mês e meio... os 2 "acusadores" nem sequer moram mais aqui na rua! Na audiência, o jovem juiz arquivou o processo por falta de evidências. Fiquei com os prejuízos do "fato" sem "testemunhas" nem exame algum, além de prisão por 20 horas e registro em DP.
Vida que segue... por outro lado, nessa mesma Belém que declaram hospitaleira, somos ajudados (meu irmão e eu) a toda hora !
O FARIAS conheci lá no Rio, tão "detestado" (por alguns, pelo menos) por essas bandas, embora estatísticas afirmem que há 70 MIL paraenses morando naquele "inferno" ! Nada disso importa... Farias era jóia rara, pedaço dourado de Belém, fruta ímpar com jeito e sabor de Pará ! Nunca soube seu nome... era imenso prazer estar a seu lado, culto, espirituoso, com charme, sempre de bem com a Vida, gentilíssimo. Gerente de um Banco, me conseguiu emprego de officeboy numa Churrascaria, onde eu me empanturrava, ouvindo rock o dia inteiro num minicassette com headphones.
Quiz o Destino que um cheque de 29.800,00 cruzeiros -- uns 50 REAIS hoje -- não fosse depositado... valor exato de meu aparelhinho ! Sem poder explicar, perdi o emprego e a confiança de meu dileto amigo. Até hoje creio que o caixa PAULO, do Banco Nacional, (Ag. Posto 5 / Copacabana) tenha usado na Ficha de Depósito o carbono ao contrário... me devolvendo recibo em branco, sem registro da máquina. Jamais pude falar com Farias sobre o assunto, JURAR-LHE minha inocência ! Mas este poema é em sua homenagem... SALVE FARIAS, abraços querido amigo !
"NATO" AZEVEDO - 8/out. 2017 (domingo do CÍRIO)
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QUERIDOS AMIGOS
(mote / glosa)
Como é difícil viver,
pesados são alguns dias...
entre alegrias, prazer,
sempre haverá um Farias !
I
Nascido num Morro triste
que não me sai da lembrança
"tropeço" --desde criança --
no que de pior existe,
gente má que não resiste
em querer me ver sofrer,
me fazendo padecer
provações por demais duras,
com prejuízos e amarguras...
como é difícil viver !
I I
Vivendo na escuridão
sem dever 1 só centavo,
eu me sinto um velho escravo
dos tempos da Abolição.
Cozinhando com carvão
e enfrentando noites frias,
triste, me perguntaria:
-- "Eu mereço tudo isso"?!
Quem são os culpados disso" ?
Pesados são alguns dias !
I I I
Mas nem tudo são espinhos
e eu levo no coração
amigos -- jovem, então --
me tratando com carinho...
jamais me senti sozinho !
Ainda posso dizer
pra quem me detesta ver:
-- "No 3, em Copacabana,
vivi com gente bacana,
entre alegrias, prazer" !
I V
Poucas "me apronta" o Destino...
se hoje vivo maus bocados
nem tudo é só desagrado !
Pessoas com amor, tino,
me ajudam desde menino,
minimizando agonias.
Eu não sei o que faria
sem essas almas bondosas !
Posso falar, todo prosa:
-- "Sempre haverá um Farias" !
"NATO" AZEVEDO ("General")
(em 8/out. 2017)