Quantas coisas cabem num olhar.

O sorriso vívido da pessoa amada,

A alegria da longa espera saciada.

A bela paisagem nunca avistada.

A nau, a salvar o náufrago na enseada.

O saudoso rosto na face avistada.

Das andorinhas a agrande revoada,

Que anuncia a estação tão esperada.

No olhar a alma se debruça na balaustrada.

Revelando-se sem temer a nada.

E com versos claros de uma leda ensalada.

O poeta faz gritar sua alma calada.

Revelando o sentir na linha versejada.

Que caberá num só olhar da leitura revelada.

Um querer de um olhar que se foi na derriçada.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 15/09/2017
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