mote em sete - o nosso sertao parece/cemiterio de animais

MESA DE GLOSAS NO GRUPO ENCONTRO COM A POESIA

*Leonires Di Olliveira*

Essa seca causticante

assombrou nosso sertão

deixando-o feito carvão

de um jeito horripilante.

E foi passando adiante

com os seus gazes mortais

Enegreceu matagais;

deixou o povo em prece

*"O NOSSO SERTÃO PARECE*

*CEMITÉRIO DE ANIMAIS"*

*Zé Duardo*

A faca da seca corta

A bala da fome prega

O vento a folha carrega

Deixando uma vaca morta

O sol deixa a mata torta

Urubus nos carrascais

Ouvem lamúrio e ais

Na ladainha que cresce

*"O NOSSO SERTÃO PARECE*

*CEMITÉRIO DE ANIMAIS"*

*Jozias Umbelino*

Sete anos de secura

E a mata não suporta

Boa parte está morta

Escancarando amargura

Será que isso tem cura?

Ou será que não tem mais?

Nos danos ambientais

A fauna toda padece

*"O NOSSO SERTÃO PARECE*

*CEMITÉRIO DE ANIMAIS"*

*Leonires Di Olliveira*

Igualmente a do Egito

Essa seca vitimizou

muita gente que ficou

com o semblante aflito.

Berra com fome o cabrito,

O boi, cavalo e os demais

bichos que atuais

na fauna não "aparece"

*"O NOSSO SERTÃO PARECE*

*CEMITÉRIO DE ANIMAIS"*

*Zé Duardo*

Por detrás da catingueira

Morreu a vaca crauna

Na frente da Baraúna

Morreu a vaca Cangueira

Embaixo duma mangueira

Estorricada tem pás

Sem cabo que aliás

Cava que o chão estremece

*"O NOSSO SERTÃO PARECE*

*CEMITÉRIO DE ANIMAIS"*

*Jozias Umbelino*

Não perco minha esperança

Que tudo vai melhorar

Basta eu não desmatar

Que assim a terra cansa

O homem só faz lambança

Destruindo o próprio cais

Os problemas sociais

Na seca nunca arrefece

*"O NOSSO SERTÃO PARECE*

*CEMITÉRIO DE ANIMAIS"*

Leonires Di Olliveira, zéduardo e Jozias Umbelino
Enviado por Leonires Di Olliveira em 30/05/2017
Reeditado em 30/05/2017
Código do texto: T6013765
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