O poeta e o papel de pão.
Papel de pão que embrulhava o filão,
E o menino contante o levava com alegria.
Papel de pão que guardava pensamentos,
Que o poeta com a bic sem pensar escrevia.
Papel de pão era mais que um envólucro.
Era confidente fiel do poeta na puerícia.
Papel de pão já não existe nos tempos de agora.
Pois o plástico dominou a envolucraria.
E hoje o papel de pão já não envolve o filão.
Somente saudade a alma do poeta blandicia,
Nos antigos versos amor feitos com emoção
Versos escritos com a bic no papel de pão.
(Molivars)