A MULHER BOMBA DO PARANÁ
A MULHER BOMBA DO PARANÁ
Miguezim de Princesa
I
Uma mulher do Paraná,
Sem noção do que falar,
Querendo discriminar,
Desejou um resultado:
Que o povo da Bahia,
Por ser negro em maioria,
Torrado em fogo devia
Morrer com o couro queimado.
II
O terrorista, bandido,
Atacou no Reino Unido,
Matou e deixou ferido
O povo da Inglaterra,
E a moça, colonizada,
Por certo complexada,
Quer sentir carne queimada
Do povo da nossa terra.
III
O ser humano é um só:
Em Manchester ou Caicó,
No Vale do Piancó,
Cheio de virtude e maldade;
Eu mesmo torço pro bem,
Faço sem olhar a quem,
Sem menosprezar ninguém,
Com fé na humanidade.
IV
Se tem bomba na Bahia,
É o feijão de Maria,
O caruru de Izaía,
O foguetão do Retiro;
Nas áreas desassistidas
Quem leva uma vida bandida
Paga caro com a vida
Na base de faca e tiro.
V
Quem gosta de terrorista
Devia ser menos simplista,
Mostrar que é idealista,
Com sentimento profundo,
Treinar pegando maromba,
Criar uma célula de arromba,
Se amarrar com uma bomba
E se explodir no meio do mundo.
VI
O meu amigo Vavá
Já pensou em convidar
A moça do Paraná
Pra conhecer um invento:
Uma bomba que ele inventou,
Que espalha o maior fedor,
Ele até patenteou:
É de bosta de jumento.