A parusia do amor que se dará um dia.
Eu faço poesia num mundo de correria,
Onde o rimar se faz parecer insano, averso.
Num tempo que o poeta perde-se na carestia.
Em que o amor se faz absconso submerso.
Em meio a queres concupiscente, sem valia.
Num tempo que o ser, perde lugar para o ter.
E a poluição do poder destrói a verde ramaria.
Eu faço poesia num tempo, que pede para não fazer.
Mas sou poeta e como poeta só sei fazer poesia.
E mesmo que o mundo me veja como obverso,
Que ao ego traz as riquezas e a alegria.
Eu faço do amor meu mais caro verso.
Pois sei que a verdade se cumprirá na parusia.
De um amor que recupera seu tesouro disperso.
(Molivars).