DO DIREITO AO RESPEITO
«Da prática da Cidadania»
Fala-se tanto da Constituição
E no que à diferença se tem Direito
Mas não se fala nunca, isso não,
Da igualdade da dita pelo Respeito.
“Eu sou diferente, deita pra cá o meu”,
Diz por vezes, alguém, com presunção…
Por parecer que se alcançou o céu
Fala-se tanto da Constituição.
Nunca se pensa se é ou não justo,
O que interessa é “aquilo” que dá jeito,
Congemina-se chegar lá a todo o custo
E no que à diferença se tem Direito.
Toda a gente sabe – ou parece saber –
Que o Respeito é questão de educação
(“Fica para depois, deixá-los correr”),
Mas não se fala nunca, isso não.
“Diferença é o que a mim me interessa
E o que me diz a Lei, quanto ao Direito”,
Mas, tal pessoa, se esquece depressa
Da igualdade da dita pelo Respeito.
Todos somos diferentes, portanto iguais,
Até nos velhos comícios s´ embandeirou,
Querer Direito, sem Respeito, é demais
E a social convivência já o demonstrou…
Ter direitos, pois sim, é democrático
Mas quando s´ olha só pro seu umbigo
E s´ acha que o Respeito é pouco prático
Apetecia-me dizer “algo”, mas não digo!
Mas não digo porque seria bem feio
E ficaria refém da não-Cidadania:
Seria como o São Tomás sem freio
Que, quanto a Respeito, era só fantasia.
Conciliando-se o útil com o agradável,
Quebrando-se de vez todas as paixões,
Ficará a Cidadania justificável
Tanto interpares como intergerações.
O Direito e o Respeito devem-se pautar
Pela sociabilidade e pela coragem
De tudo se poder harmonizar
Com´ águas de um rio, numa só Viagem!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA