GUTERRES MILAGREIRO
«No dia de Todas as Esperanças»
Dizes que não és milagreiro
Mas o teu maior milagre
Foi, neste mundo tão agre,
Chegares a um lugar cimeiro.
Puseram-te a toda a prova
Com argumentos por inteiro
E agora, em contraprova,
Dizes que não és milagreiro.
Milagres de todo o feitio
Há sempre quem os consagre
Para ti nunca foi desafio
Mas o teu maior milagre.
Até te chamas António
Conheces o gosto a vinagre
E onde viste o pandemónio
Foi neste mundo tão agre.
Não terás mãos a medir,
Tens palavra e és pregoeiro,
O mundo te viu conseguir
Chegares a um lugar cimeiro.
És do país de Sto. António,
Não precisas de justificar,
Teu carácter e património
Podem este mundo salvar.
Puseste o dedo na ferida
Co´ a mais sincera emoção
Na Paz – milagre e medida –
Já fizeste intervenção.
Há que reagir, pensamos nós,
Aos Maiorais que são loucos
Co´ a verdade e co´ a tua voz
Chegarás aos ouvidos moucos.
Neste deserto sem fim,
Água mole em pedra dura,
A tua crença será um Sim
Num milagre contra-natura.
Não és Mago, nem tens magia,
Mas tens estrela p´ r´ as andanças
Este é o teu primeiro Dia –
Dia de Todas as Esperanças!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA