NA CIDADE DE LISBOA
(A poética na política)
«Glosa de circunstância»
“Tenho o vento de Lisboa
Colado à minha pele
E a água do Tejo
No fundo da minha alma.”
Assunção Cristas
«Nota-Bene 01»
Se calhar, voto em 'Sant'Ana',
Num 'Jerónimo' qualquer,
Numa Artista do 'Meyer'
Ou num Costa do 'Castelo'
Que sobre todos põe o cotovelo.
Abel da Cunha
«Nota-Bene 02»
Vai-se a Cristas em onda larga
Ao sabor dos quatro ventos
Levando na sua ilharga
Uma leve sobrecarga
De poéticos argumentos.
Usando uma unha afiada
Cavalga à crista da manada,
E mostra que não é insonsa,
Desafiando a “geringonça”
Toda, de uma assentada.
E o marinheiro camarada,
De rompido cotovelo,
Encolheu-se em seu castelo
Esperando outra rajada.
Não há rajada que pegue
Com as velas de tal calma
Pois quem porfia consegue
Chegar ao fundo da alma!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA