NINGUÉM MAIS PRESTA ATENÇÃO

Um político reclamava

Na mesa de um restaurante:

- Me arrumei todo elegante,

Porém ninguém me ligava.

Cada roupa que eu comprava

Com a verba-indenização,

Um relógio de 1 milhão,

Uma cueca de seda,

Via a mesma cara azeda,

Ninguém mais presta atenção.

II

- Fiz projeto pioneiro,

Semelhante ao do Mobral:

Quem mais atendesse mal

Ganharia mais dinheiro.

Francisco de Zé Brejeiro

Foi aprender a lição,

Levou mais de um cachação,

Eu acabei premiado

Por um júri renomado,

Mas ninguém presta atenção.

III

- Dou cangapé no destino,

Namoro com gente feia,

Tiro ladrão da cadeia,

Pego em cocô de menino,

Falo grosso, médio e fino,

Dou geladeira e fogão,

Como preá com feijão,

Ponho jerimum na cabeça

E, por mais que eu apareça,

Ninguém mais presta atenção.

IV

Na clínica da Barra Funda,

Lhe disse Doutor Pedrosa

Que ela ia ficar bem gostosa

Fazendo plástica na bunda.

Ela, que era corcunda,

Gastou mais de meio milhão.

Depois da operação,

Se arrumou de cabo a rabo,

Ficou igualmente o diabo,

Mas ninguém deu atenção.

V

Um senador foi à missa

Confessar os seus pecados:

Se ajoelhou chateado

Por ter cedido à cobiça.

Na hora em que Dona Ciça

Recolheu a doação,

Ele quis uma comissão

Do dízimo do ofertório,

Inda disse uns bolodórios,

Mas ninguém deu atenção.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 15/01/2016
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