NINGUÉM MAIS PRESTA ATENÇÃO
Um político reclamava
Na mesa de um restaurante:
- Me arrumei todo elegante,
Porém ninguém me ligava.
Cada roupa que eu comprava
Com a verba-indenização,
Um relógio de 1 milhão,
Uma cueca de seda,
Via a mesma cara azeda,
Ninguém mais presta atenção.
II
- Fiz projeto pioneiro,
Semelhante ao do Mobral:
Quem mais atendesse mal
Ganharia mais dinheiro.
Francisco de Zé Brejeiro
Foi aprender a lição,
Levou mais de um cachação,
Eu acabei premiado
Por um júri renomado,
Mas ninguém presta atenção.
III
- Dou cangapé no destino,
Namoro com gente feia,
Tiro ladrão da cadeia,
Pego em cocô de menino,
Falo grosso, médio e fino,
Dou geladeira e fogão,
Como preá com feijão,
Ponho jerimum na cabeça
E, por mais que eu apareça,
Ninguém mais presta atenção.
IV
Na clínica da Barra Funda,
Lhe disse Doutor Pedrosa
Que ela ia ficar bem gostosa
Fazendo plástica na bunda.
Ela, que era corcunda,
Gastou mais de meio milhão.
Depois da operação,
Se arrumou de cabo a rabo,
Ficou igualmente o diabo,
Mas ninguém deu atenção.
V
Um senador foi à missa
Confessar os seus pecados:
Se ajoelhou chateado
Por ter cedido à cobiça.
Na hora em que Dona Ciça
Recolheu a doação,
Ele quis uma comissão
Do dízimo do ofertório,
Inda disse uns bolodórios,
Mas ninguém deu atenção.