DA MORTE DO POETA
“Dedicado a Joaquim Pessoa”
O Poeta poderá morrer,
É o mais natural que há,
Mas a Poesia a valer
Essa nunca morrerá.
Na questão da justa morte
Urge primeiro envelhecer
Com muita ou pouca sorte
O Poeta poderá morrer.
A obra que o poeta cria
Qual singular alvará
P´ lo seu prazer e magia
É o mais natural que há.
Pode, sim, morrer o poeta,
Há razão p´ ra se entender,
Não é a marca de profeta
Mas a Poesia a valer.
No seu mistério profundo,
Com morte que ocorrerá,
Havendo poética no mundo
Essa nunca morrerá.
Se há receita para haver
Antes que a obra termine
O poeta ao envelhecer
Tem o tempo que redime.
Todo o poeta na vida
Acolhe sonho que seduz:
É a sua obra renascida
P´ la lira que dá à luz!
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE