A CADELA VICTÓRIA
Afinal o cão é cadela,
Pura questão subjectiva,
E o boato já caiu nela
É Victória e ´stá bem viva.
Vem à ideia a catedral,
A águia cor de canela,
E o boato é magistral
Afinal o cão é cadela.
Poderá haver quem discorde,
Depende da perspectiva,
Cadela que ladra não morde
Pura questão subjectiva.
O dito cão arguido
No rigor da sua farpela
Nunca será foragido
E o boato já caiu nela.
Mas o busílis do crime
Tornou-se notícia lesiva
Tal desonra não deprime
É Victória e ´stá bem viva.
A outra "Victória" que voa
Numa órbita sensata
Livra o Vitória em Lisboa
E esta, coitada, é pacata.
Ser arguida, agora, é drama,
Que se dê o seu a seu dono,
Mas não se livra da fama
E da sorte de abandono…
Urge justiça, e a sério,
É o que s´ impõe neste caso
Que nada fique em mistério
Com risco de fora-de-prazo!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA