GLOSA SEM SOMBRA
Cortaram a velha ingazeira
Agrediram o jatobá
Queimaram o pé de cajá
E prostraram a gameleira
Que havia no fim da feira
Enfeitando a natureza
Atacaram a boniteza
Ação quase suicida
Quem corta a árvore florida
Comete uma malvadeza.
Meu pé de laranja lima
Meu pé de jacarandá
A flor do maracujá
Chora a flora e se lastima
Vida não se reanima
Após tamanha vileza
Diante dessa fraqueza
O ser humano intimida
Quem corta a árvore florida
Comete uma malvadeza.
“Não corte a árvore, meu pai”
Disse o grande vate Augusto
E eu repito com susto
Que um dia a casa cai
Fica nesse vai, não vai
O deserto é uma certeza
Porque toda natureza
Já está comprometida
Quem corta a árvore florida
Comete uma malvadeza.
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