SEM CONTAGEM NEM MEDIDA
“Páscoa 10, Dos Barões da Desgraça”
Nada há para espantar
Neste País desgraçado
Já são tantos a “aproveitar”
O seu património sagrado.
Entrou-se na Pascoela
Espectativas a enrolar
A Recuperação, qu´ é dela?
Nada há para espantar.
Não deu para aquecer
O bem-estar anunciado
Nem um folar pra se ver
Neste País desgraçado.
Se em Abril há águas mil
O tempo é de espantar
A corrupção está febril
Já são tantos a “aproveitar”.
Promessas é o que mais dá
Da Nação é este o estado
Minguando vê-se que está
O seu património sagrado.
Faz-se passar pra Ribalta
Que tudo está dando certo
Mas, ó desgraça, tudo falta
E a Esperança é um deserto.
Só interessa Belém e S. Bento
Tudo o que sobra é paisagem
Ninguém repara no lamento
De nada haver na bagagem…
Cantam-se loas ao turista,
“Quem não está bem que se mude”,
Diz assim o oportunista
A arrotar postas de virtude.
É um País de costumes brandos,
Filosofia consentida,
Vão medrando os malandros
Sem contagem nem medida!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA