SEM CONTAGEM NEM MEDIDA

“Páscoa 10, Dos Barões da Desgraça”

Nada há para espantar

Neste País desgraçado

Já são tantos a “aproveitar”

O seu património sagrado.

Entrou-se na Pascoela

Espectativas a enrolar

A Recuperação, qu´ é dela?

Nada há para espantar.

Não deu para aquecer

O bem-estar anunciado

Nem um folar pra se ver

Neste País desgraçado.

Se em Abril há águas mil

O tempo é de espantar

A corrupção está febril

Já são tantos a “aproveitar”.

Promessas é o que mais dá

Da Nação é este o estado

Minguando vê-se que está

O seu património sagrado.

Faz-se passar pra Ribalta

Que tudo está dando certo

Mas, ó desgraça, tudo falta

E a Esperança é um deserto.

Só interessa Belém e S. Bento

Tudo o que sobra é paisagem

Ninguém repara no lamento

De nada haver na bagagem…

Cantam-se loas ao turista,

“Quem não está bem que se mude”,

Diz assim o oportunista

A arrotar postas de virtude.

É um País de costumes brandos,

Filosofia consentida,

Vão medrando os malandros

Sem contagem nem medida!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 06/04/2015
Código do texto: T5196757
Classificação de conteúdo: seguro