SER OU NÃO SER FANTASMA
“Crise em tempo de Covid”
Oito decénios passados
Sobre uma crise tremenda
Surge logo de encomenda
Outra crise dos diabos.
Se os escudos eram tramados
E não serviram de emenda
Os euros são a bela prenda
Oito decénios passados.
Buracos atrás de buracos
Venha o diabo que os entenda
A fazenda está em cacos
Sobre uma crise tremenda.
Co´ a outra, com sal e azar,
Lá se foi tapando a fenda
Co´ esta, com passos pra dar,
Surge logo de encomenda.
A primeira, com pés de barro,
Plantou um país de nababos
Esta agora trouxe de carro
Outra crise dos diabos.
Fez-se Messias de enxerto
O fantasma de Santa Comba,
Este agora, meio encoberto,
Abriu buracos de arromba.
E, crise pra que vos quero,
Gritemos forte e bem alto
Rasgando com desespero
O fantasma do sobressalto.
Ser ou não ser um Fantasma
Convenhamos, é maldição,
E que o dito não entusiasma
Esta, sim, é qu´ é a questão!
Fantasma já temos um,
Pra longe vá todo o agoiro,
Não queremos mais nenhum
Pois o sossego é um tesoiro...
O Covid não é fantasma,
Basta que estejamos alerta,
Se não houver nenhum drama
Estamos imunes pela certa!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA