SER OU NÃO SER FANTASMA

“Crise em tempo de Covid”

Oito decénios passados

Sobre uma crise tremenda

Surge logo de encomenda

Outra crise dos diabos.

Se os escudos eram tramados

E não serviram de emenda

Os euros são a bela prenda

Oito decénios passados.

Buracos atrás de buracos

Venha o diabo que os entenda

A fazenda está em cacos

Sobre uma crise tremenda.

Co´ a outra, com sal e azar,

Lá se foi tapando a fenda

Co´ esta, com passos pra dar,

Surge logo de encomenda.

A primeira, com pés de barro,

Plantou um país de nababos

Esta agora trouxe de carro

Outra crise dos diabos.

Fez-se Messias de enxerto

O fantasma de Santa Comba,

Este agora, meio encoberto,

Abriu buracos de arromba.

E, crise pra que vos quero,

Gritemos forte e bem alto

Rasgando com desespero

O fantasma do sobressalto.

Ser ou não ser um Fantasma

Convenhamos, é maldição,

E que o dito não entusiasma

Esta, sim, é qu´ é a questão!

Fantasma já temos um,

Pra longe vá todo o agoiro,

Não queremos mais nenhum

Pois o sossego é um tesoiro...

O Covid não é fantasma,

Basta que estejamos alerta,

Se não houver nenhum drama

Estamos imunes pela certa!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 09/04/2014
Reeditado em 09/04/2021
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