CAIXOTE DO LIXO
Caixote do lixo, caixote,
Anda tudo num virote.
Caixote do lixo, caixote,
Desta sociedade é o mote!
Ainda é noite serrada
Anda ali um rapazote
Vestido de farrapada
Caixote do lixo, caixote.
A fome por aí vagueia
Em apertado garrote
Por esta global aldeia
Anda tudo num virote.
Velhos e novos na rua
Paisagem de estrambote
Canção ao vento flutua
Caixote do lixo, caixote.
Esboço em partitura
Há batuta e há chicote
Pobreza como fartura
Desta sociedade é o mote.
É o preço da ganância
Do poder qu´ ignora a vida
Caixote sem importância
Democracia vencida.
Caixote do lixo, lamento,
Com gritos de solidão
Abundam no Parlamento
Da silenciosa Nação!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA