PAÍS A SALDO

Já está a saldo o meu país

Enredado por negras teias

Falta só mesmo, por um triz,

Ficarem a saldo as ideias.

Não há esquina sem lamento

Desta vida estala o verniz

Tristonho passa o próprio vento

Por estar a saldo o meu país.

Neste vil fado desgostoso

Todas as notícias são feias

Chora o meu povo pesaroso

Enredado por negras teias.

Nesta complicada viagem

Toda a alma verga a cerviz

Fazer saldo da própria aragem

Falta só mesmo, por um triz.

O esperto Diabo e o Estado

Repartem o negócio a meias

Teme todo povo algemado

Que fiquem a saldo as ideias.

Passeia na rua a desgraça

E não há quem lhe deite a mão

Odeia-se a crise que grassa

Por corromper toda a Nação…

Ó Esperança, onde é que habitas?

Quem já te viu e quem te vê…

Só cá deixas tuas desditas

Sobrando para nós um “porquê”!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 30/12/2013
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