O ARGUEIRO E A TRAVE

Há tristes males vezeiros

Que não têm culpa nenhuma

Porque eles morrem solteiros

Andando por entre a bruma.

Há queixas insustentáveis

Como erva nos canteiros,

Com custos intoleráveis

Há tristes males vezeiros.

Injustiças por enganos

Espadanando com espuma

São armadilhas, são danos

Que não têm culpa nenhuma.

Ninguém assume, pois não,

Estes instintos matreiros

São falsos e sem coração

Porque eles morrem solteiros.

De taras ´ stá o mundo cheio

Dando mágoas uma a uma

Ceifam vidas de permeio

Andando por entre a bruma.

As culpas são como as aves

Vivendo de arribação

Os argueiros viram traves

De grande confrontação.

Ó como é triste, tão triste,

Este sonho de ilusão

Nenhuma alma resiste

Nesta humana condição!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 25/09/2012
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