O ARGUEIRO E A TRAVE
Há tristes males vezeiros
Que não têm culpa nenhuma
Porque eles morrem solteiros
Andando por entre a bruma.
Há queixas insustentáveis
Como erva nos canteiros,
Com custos intoleráveis
Há tristes males vezeiros.
Injustiças por enganos
Espadanando com espuma
São armadilhas, são danos
Que não têm culpa nenhuma.
Ninguém assume, pois não,
Estes instintos matreiros
São falsos e sem coração
Porque eles morrem solteiros.
De taras ´ stá o mundo cheio
Dando mágoas uma a uma
Ceifam vidas de permeio
Andando por entre a bruma.
As culpas são como as aves
Vivendo de arribação
Os argueiros viram traves
De grande confrontação.
Ó como é triste, tão triste,
Este sonho de ilusão
Nenhuma alma resiste
Nesta humana condição!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA