METAFORA

A flor da noite surgiu silenciosa como o som do silencio

O amargo regresso da escuridão cega os olhos da lua

Versos vaga-lume iluminam a mente dos poetas sem sono

Preciso ler o braile dos seus lábios pra entender a escrita do seu beijo

Preciso ler as libras do seu corpo pra responder

de imediato os seus desejos

O tempo caminha a passos lentos em direção ao desconhecido

Quando meus lábios se separam dos seus

assisto na TV mais um beijo falecido

Quando minha alma chora a tormenta é tão devastadora

que meus sonhos são perdidos

Os degraus que enfrentamos para alcanças as pétalas da rosa

são os espinhos

Mesmo só trago sua imagem na estante dos meus sonhos

e não me sinto sozinho

A madrugada senhora não ignora

quem sabe que o relógio do amor não tem ponteiro de hora

O tempo é um cavalo indomável

pro coração da amada que dorme querendo te ver

Mas ontem bebi com o futuro que me confidenciou

que meu futuro é você

Na outra mesa o passado chorava embriagado

e se sentia culpado daquilo que não vivi

E o presente o consolava e lhe ensinava

que o passado tem errar pra ele o presente corrigir

A chave do problema se resolve com a matemática das letras

A noite do poeta não escurece porque a poesia deve ser clara

Hoje eu te quero estrela no arco-íris do meu quarto

Essa noite vou desenhar poesias no seu corpo

e guarda-la em meu porta-retrato