A cidade trocando as suas vestes
A cidade trocando as suas vestes
E o seu povo mudando o guarda roupa
Muitas vezes o verbo enfim se cala
Com vergonha de tanta crueldade
Ver um povo sem ter felicidade
Numa selva tão fria em larga escala
Um inocente descansa em sua sala
E a gana do jogo não se poupa
De migalhas promessas e garoupas
Perdem a paz pelo luto que vos destes
A cidade trocando as suas vestes
E o seu povo mudando o guarda roupa
Batalhar torna a vida uma inconstante.
O cenário transmuda-se outra vez.
O mistério não sei quem foi que fez
Da mortalha que muda a todo instante.
Vê na paz o seu sonho mais distante,
Extraindo da vida toda a poupa.
Os seus sonhos mudados em estopa,
Suas almas usadas como testes...
A cidade trocando as suas vestes
E o seu povo mudando o guarda roupa.
Maviael Melo/Galdêncio Neto