Sertânia; deve a ninguém
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia
É arte se comparar
Os talentos sabedores
Todos já são vencedores
Na arte de improvisar
Tudo consegue mostrar
Como o profeta fazia
Minha arma é fantasia
Pra desarmar um alguém
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia
Princesa tu és eleita
Pelos reis destes cordéis
Teus poetas e menestréis
A tua fama respeita
Tua cultura é perfeita
A historia é primazia
Tu quem és na burguesia
A que todos só faz bem
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia
Nem é São José do Egito
Tampouco Itapetim
Palmares ou Angelim
Na arte do verso escrito
Sertânia é quem faz bonito
Pois em sua hospedaria
Teve pinto em cantoria
Ele vale mais que cem
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia
Tu és de poema um mar
Tendo Waldemar Cordeiro
Com Luiz Carlos Monteiro
Ulisses Lins e Walmar
Moxotó a desaguar
Wilson Freire em sinfonia
Nas pedras fazem orgia
Águas que vão bem alem
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia
Na disciplina da rima
Ou até no livre verso
No ritmo do universo
Aqui se faz obra prima
A inspiração genuína
Que nasce na harmonia
Embebeda de alegria
Até turista também
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia
Galdêncio Neto/Josessandro Andrade