EU LEMBRO COM NOSTALGIA/DA AURORA DE MEU VIVER

Eu brincava com areia,

Carrinho de rolimã,

Chorava toda manhã

Para não tomar aveia.

Fazia bola de meia,

Era bom moleque ser.

Por que é que fui crescer?

Isso aí jamais queria.

EU LEMBRO COM NOSTALGIA

DA AURORA DE MEU VIVER.

Fazia muita careta

Pra tomar medicamento.

Era amargo... sofrimento!

Mas depois vinha a chupeta.

Inda lembro: branca e preta,

Para meu choro conter.

Funcionava, pode crer,

Com ela me acalmaria.

EU LEMBRO COM NOSTALGIA

DA AURORA DE MEU VIVER.

Quebrava muita vidraça,

Prato, copo de cristal,

Um bule, pote de sal,

Tigela, travessa e taça.

Até litro de cachaça

Que não era pra beber.

Vi o dono enlouquecer,

Tudo isso eu escondia.

EU LEMBRO COM NOSTALGIA

DA AURORA DE MEU VIVER.

Considerando a vantagem

De ser maior que o irmão,

O mano na minha mão

Penava, que sacanagem...

Era tanta a traquinagem

Que meu pai vinha bater.

Me botava pra correr

Ou então castigaria.

EU LEMBRO COM NOSTALGIA

DA AURORA DE MEU VIVER.

Balanço, escorregador,

Carrosel e pula-pula,

Doces e doces, que gula!

Canjica, maçã-do-amor,

Confeitos de toda cor

Passava mal ao comer.

Aquilo dava prazer,

Meu mundo de fantasia.

EU LEMBRO COM NOSTALGIA

DA AURORA DE MEU VIVER.

Chegou a maturidade,

Foi-se o tempo de criança,

Agora já tem cobrança,

Tem responsabilidade.

Também tem seriedade,

A família pra manter,

Muitas contas pra vencer,

Embora tenha alegria,

EU LEMBRO COM NOSTALGIA

DA AURORA DE MEU VIVER.