Lembrança desnaturada

Deu de comer a alma muda com colheradas de subjetivismo.

Perdeu tudo em papéis na enchente do rio.

Menos o escritor permanente,

Que corre atrás do artista recompensado.

Procura, lê os frutos perfeitos do sentimento lógico.

Todos criam um mapa para percorrer o mundo,

Mesmo os que vagam o céu tempestuoso da ternura.

Diante do objeto.

Da umidade.

Brota outra imagem da expressão inaudita.

Quando os painéis das palavras se desfazem,

Em pesadas nuvens de algarismos.

Na cerca o galo da aurora ausculta o dia.

Sobre a cerâmica das ruas antes que esqueça:

É preciso dar de comer a alma muda!