O conforto para nossas dores
Nietzesche em seu livro, Genealogia da Moral, que discute o bem e o mal, escreve:
"Nós homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos. Nunca nos procuramos: como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos?".
Eu acredito que quem escreve, nós que estamos todos juntos nessa escrivaninha coletiva, as nossas palavras são como pás de nós mesmos cavando a terra que desmoronou sobre nossos sentimentos e foram soterrados. Essas doídas escavações em nós mesmos abrem buracos para chegar ao nosso fundo, sempre cada vez mais fundo. Apenas é necessário que os buracos abertos cicatrizem com o abraço de quem nos lê. A leitura de nossos escritos é o bálsamo para nossas dores. Vivemos da leitura de nossas palavras. Nosso alimento. Nosso conforto. Mesmo o poeta fingindo chorar, finge uma dor nas letras para esconder outra dor que não quer sentir.