N O I T E N O F A R O L

N O I T E

N O

F A R O L

Na orla escura onde a terra se finda,

Um gigante de pedra a noite infinda.

Farol altivo, sentinela constante,

Contra o negrume, um olhar hesitante.

Seu cíclope de luz, em giro lento,

Rasga o véu denso, num firmamento

De breu profundo, onde a onda bravia

Contra os rochedos sua fúria envia.

No seu interior, calor e sossego,

Um guardião atento, seu único emprego.

O tic-tac do tempo, a brisa que assobia,

Companheiros noturnos, em melancolia.

Lá fora, o mar imenso se agita e geme,

Navios distantes, buscando seu leme.

A luz amiga, esperança que acena,

Guiando as embarcações em noite serena.

Mas há também mistério na sombra que paira,

Nas lendas antigas que o vento nos traira.

De espectros marinhos e almas perdidas,

Que na escuridão encontram guaridas.

E o farol, impassível, sua ronda prossegue,

Testemunha silente do que o mar entrega.

Na solidão da noite, sua luz persiste,

Um farol de esperança, enquanto a noite existe.

Dan Kazuya
Enviado por Dan Kazuya em 25/04/2025
Código do texto: T8318111
Classificação de conteúdo: seguro