Anseio d'alma

Aquela noite de escuridão impenetrável

levou embora aquele ar adorável

contaminou aquele lindo sol cintilante

e deixou folhas caídas no outono agonizante

as montanhas íngremes sob o estrelado céu

as sombrias cavernas revelam o seu lado mais cruel

e a minha lágrima tão gélida

escorrendo na pele tão pálida

adeus aqueles rutilantes bosques tranquilos

os lagos airosos e profundos como nilo

as sombrias profundezas do recanto

da sombra nebulosa me observando

da sua voz melíflua do meu lado

o doce oco lôbrego e assombrado

o tranquilizante sinal obscuro, o seu jeito veemente taciturno

céu, estrelas, lua avermelhada

a sinfonia sendo recitada

deito-me para observar o espetáculo

isso foi prenunciado pelo meu oráculo

de repente, uma trombeta se alastra com alarido

o eterno me chamando para o seu abrigo

a luz levará-te para um local tão distante

onde o mal e o pecado não existe

para a tão sonhada utopia ingênua

mais uma vítima da lógica eugênica

afoito que algo novo virá

tudo que ficou aqui de nada servirá

sem despedidas, chegou a minha ida

memórias que serão para sempre perdidas

e todo esse sofrimento interno

transpôs para o eterno...

Gebrechlichkeit
Enviado por Gebrechlichkeit em 05/01/2025
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