Não saber já sabendo
A condição do ser humano é intrigante, é uma casulo mágico, mesmo perverso, mas não deixa de ser admirável. Somos seres contraditórios. Isso é sabido; ou não. Machado de Assis, por exemplo, deixou isso num traço bem delineado em seu conto: A Igreja do Diabo. Às vezes, temos uma natural imprudência de colocarmos o ordinário, como extraordinário; e o extraordinário como ordinário. A imprudência que ouso mencionar é que essa relação de ação e consequência já foi muito explorada por escritores, pensadores, cientistas… mesmo assim replicamos como se nada disso foi estudado… estamos lá, um ser dependente da linha de raciocínio social ou individual segundo a sua doxa... de nossas raízes mais recente, e das mais profundas da nossa alma; e por mais que eles, os entendidos nos assuntos que alimentam esse pensamento, acham que podemos ter o autocontrole, lá estão essas raízes aconselhando os nossos atos, as nossas decisões. A nossa perversidade, que mencionei antes, vem da não percepção que somos seres tão influenciáveis a esses signos. Mas lembrando, mesmo assim, com todo esse não saber já sabendo, é incrivelmente fascinante. E acompanhar esses alheios/particulares fracassos ou sucessos na arte é ainda mais fabuloso!