“Penso às vezes, com um deleite triste, que se um dia, num futuro a que eu já não pertença, estas frases, que escrevo , durarem com louvor, eu terei enfim a gente que me ‘compreenda’, os meus, a família verdadeira para nela nascer e ser amado. Mas, longe de eu nela ir nascer, eu terei já morrido há muito. Serei compreendido só em efígie, quando a afeição já não compense a quem morreu a só desafeição que houve, quando vivo.”

 

«A vida está cheia de paradoxos, como as rosas de espinhos.»

 

       "Estamos todos a bordo de um navio vindo de um lugar ignorado e indo a um porto que desconhecemos. Devemos ter, uns para com os outros, umas amabilidades de viagem."

 

«A ironia é o primeiro indício de que a consciência se tornou consciente.»

 

«Nunca tive outra preocupação verdadeira senão a minha vida interior.»

 

«Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas.»

 

«Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tangem e rangem, cordas e harpas, timbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia.»

 

(Frases extraídas  do "Livro do Desassossego", de Fernando Pessoa.)