Triste manhã

Por mais longe que eu possa ir a ponto de estar tão intrínseco a meu ser onde o som apenas permita o pensamento se pronunciar é ali onde hei de encontrar a tão singela solidão que assola minha existência. Negar a necessidade de um olhar, um abraço ou um beijar é condenar o corpo e a alma ao eterno desespero de se conectar. Contestar a existência não se prova a melhor solução uma vez que não entendemos essa imensa vastidão que se inicia em um pequeno cômodo ao qual descansamos até ao brilho das mais longínquas estrelas que conseguimos seu brilho perceber. A química que rege nosso corpo, por vezes em completa harmonia, também é capaz de enganar nossa pisique e fazer escrava do saber nossa alma, nosso maior tesouro. Se guardar, não tentar, evitar e mesmo assim tudo sentir. Uma prevalece confusão que se distancia da loucura por uma tênue linha, tão sutil que pouco dela conhecemos mas temos a certeza de lá estar a nos proteger para jamais possamos rompe la. Conter tanto pensamento e represar tanto sentimento não é uma tarefa possível. Nesse momento a razão faz-se amiga perseverante é o impossível acontesse. Até que como uma dádiva a idade possa nos livrar dos grilhões da melancolia e possamos àquele lugar tão longínquo voltar, porém para aqueles que conseguirem desta vez em plena paz. O descontrole total de tudo que achamos um dia entender e catalizar. A dor que você sente terminará assim como a alegria que tanto desejou jamais encontrará.