Clarice!
[eu - quase inteira]
Às claras - possa eu viver
Da mentira [?] me esquivo
Sendo preciso perder [...]
De poema sobrevivo
(…) É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Até agora achar-me era já ter uma idéia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. (…) "
" (…) voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. (…)
Clarice Lispector