Alcoólicos Anônimos, o urso e a chaleira

Um dos maiores influenciadores do grupo mundialmente conhecido como Alcoólicos Anônimos foi um escritor muito popular em língua inglesa, que se protagonizou por desenvolver a técnica chamada de “lei da não resistência” — a qual nada mais é do que um viciado em álcool não tentar usar a força de vontade como instrumento de libertação da fase crônica dessa prisão que destrói vidas.

O nome desse escritor era: Emmet Fox.

Muita gente já ouviu falar daquela frase recomendada: “hoje não tocarei em bebida (com álcool) ” — ou “hoje não fumarei”.

Ele explicava que muitos fracassam em se libertar de um vício por entrarem numa espécie de “luta corpo-a-corpo”, tentando superar a fraqueza pela força de vontade. Isso equivale a você dizer: “a partir de hoje nunca mais beberei” — ou: “a partir de hoje nunca mais fumarei”. Então, começa uma resistência no subconsciente da pessoa, pois a imaginação traz um quadro aterrador ao foco da atenção dela e que cria a “resistência” da ideia de que é algo impossível de se conseguir num esforço único.

Assim, Emmet Fox citava a lenda do urso que invadiu um acampamento pela madrugada e tentou roubar uma chaleira que havia sido abandonada num resto de fogueira com brasas ainda acesas. O animal abraçou o utensílio e, quando começou a sentir as queimaduras por causa do alumínio aquecido, reagiu com raiva na falsa impressão de que era um inimigo a derrotar.

Nessa lenda, demorou muito para que o urso percebesse (pelas queimaduras sofridas naquele “ataque”) que bastava largar a chaleira enorme abrasada. Quanto mais ele resistia, mais prendia o mal a si mesmo. Assim procedeu, abandonando aquele objeto e disparando para fora do acampamento onde dormiam os humanos responsáveis indiretos pelo azarado infortúnio do animal.

Então, Emmet Fox aconselhava aos Alcoólicos Anônimos: quando estiver diante da dificuldade de largar um vício destruidor, ao se flagrar tentando vencê-lo pela pura força da vontade (não apoiada na imaginação disciplinada), repita para si mesmo: “o urso abraçou a chaleira, eu NÃO”.