DIÁRIO DA QUARENTENA - PARTE 22
Nunca tive encanto pelos fanáticos e suas verdades forjadas no fogo e no ferro. São pessoas sem imaginação, sem alegria, sem qualquer dúvida que faísque. É gente que renuncia ao nirvana que cada descoberta traz. São homens e mulheres áridos e inférteis de ideias. Precisam de quem os salvem assim na terra como no céu. Minha reza é ser salvo apenas de suas companhias. Com suas túnicas cafonas cobrem o corpo e a alma de musgo e bolor. Prefiro não me juntar às suas caravanas. Prefiro transitar entre os que vacilam, entre os que se espantam. Sou dos que seguem qualquer caminho que encabule meu coração.