A morte de Deus
Bem antes de Nietzsche, filósofo alemão, proclamar a morte Deus em seus escritos um outro filosofo pessimista também alemão, Philipp Mainlander, já havia discutido o conceito em sua filosofia. Mas é importante salientar que a morte de Deus para Mainlander difere totalmente em significação da de Nietzsche.
O conceito do filosofo alemão é sombrio, admito, mas nem por isso deixa de ter uma beleza trágica. Resumindo em poucas linhas: para Mainlander, Deus, uma unidade cósmica singular, já nos primórdios do existir teria chegado à conclusão que o não-ser era superior ao ser. Então, ávido por não-ser, Deus teria decidido por sua auto aniquilação. Porém, devido a sua natureza, Ele não conseguiria simplesmente mergulhar na nulidade.
Para obter êxito em sua investida, teria criado o espaço-tempo e, dentro desse arcabouço, promovido sua auto fragmentação. E dessa fragmentação massiva teria nascido tudo que existe (Universo). Para Mainlander, nós, viveríamos e seriamos parte do cadáver de um Deus, que continua a desintegrar. O mito da criação de Mainlander explicaria também os desequilíbrios e mazelas do mundo. Tudo isso seria, de certa forma, reflexo da "decomposição" de um Deus que há muito decidiu por não-ser.
Ainda é atribuído ao filosofo a seguinte frase: “Deus morreu, e sua morte é a vida do mundo”.