Frases da arte de escrever: elementos literários e técnicos
Cabeçalho desta postagem
LER ou L-E-R: Ler, Escrever, Revisar.
Ler. Assunto e objetivo geram dois grandes interesses pela leitura, dos quais derivam outros.
Escrever. Quem fala quer ser ouvido, quem escreve quer ser lido.
Revisar. Em um grau mais avançado, revisão é uma censura que o autor faz a si mesmo.
Expectativa. Quem escreve está exposto mais a crítica do que elogio.
ÍNDICE
Preocupação inicial
Meu ato de escrever
Perfeição na escrita
Sugestões diretas
Elementos de arte e técnica
Tema, extensão e conclusão
Forma Impessoal
Estilo e criatividade
Título de um texto
Público leitor
Preocupação inicial
Prática teórica. Em muitos casos, um exemplo esclarece mais do que uma regra, especialmente para uma criança ou leigo, ou quando o palestrante não consegue explicar bem.
Comentar. Parece que um leitor sente-se mais confortado quando pode emitir opinião sobre o assunto — razão porque, talvez, alguns jornais abrem uma coluna chamada "opinião do leitor".
Irônico. Na comunicação, a ironia é inimiga da clareza.
Cúmplice. Escreveu, comprometeu-se. É por isso que muita gente não escreve; receia as farpas da opinião pública.
Esmero. Pelo meu amor ao livro, compreendo o dentista com amor à dentadura: eu restauro uma página rasgada no meio de muitas perdidas; ele restaura um dente cariado em meio a muitos extraídos: não temos coragem de arrancar o dente nem a página que resta.
Imitação. Parodiando Vinícius de Moraes, digo que troquei muitas mulheres pela Leitura, sem sequer lhes pedir perdão.
Meu ato de escrever
Primeiro ato. A gente começa a escrever, escrevendo: anotando palavras ao vento, frase solta; as ideias secundárias dão consistência à principal.
Diário e memorial. Quando eu era menino, queria escrever. Desejava contar a minha vida no papel. Mas achava que os meus pensamentos e a minha história eram tolices. Depois vim a saber que um diário tem importância. Hoje vejo o quanto poderia ter facilitado a minha autobiografia ou memorial. Por isso, "recomendo" que toda pessoa faça seu diário, se deseja fazer sua biografia.
Sonho interrompido. Quando eu era jovem, escrevia pensamentos, querendo imitar Salomão. Todavia não os guardei, porque achava que isso era uma besteira (minha): deixei que o gênio eliminasse o sonhador, como o aprendiz deixa-se eliminar pelo profissional. Mas ainda fazia anotações aleatórias.
Sonho renascido. Um dia, fui perguntado pelo meu professor de Português, dizendo meu nome pausadamente como quem me chamava a uma reflexão: "Val-dir, você es-cre-ve?" Eu respondi hesitante que sim, lembrando as minhas frases avulsas no caderno. Então, prometi a mim mesmo que ia tentar ser escritor.
Perfeição na escrita
Perfeição. A perfeição textual gera em mim um constante exercício mental: fico procurando a palavra simples, adequada, sonora, expressiva e agradável, para dizer a mensagem do texto com exatidão e beleza.
Parnasiano. A busca da perfeição e valorização da estética, bem como da métrica são características do Parnasianismo, que eu admiro.
Viagem mental. A busca da locução que retrata bem a temática vira uma tempestade no meu juízo: tanto me tira o sono como adormeço, "morando no assunto"; fico perdido nas abstrações.
Estalo de Vieira. O achado de um termo exato, para não dizer perfeito, sempre me renova: é como renascer das trevas; também sinto uma euforia que deixa o corpo mais leve. Então lembro a narrativa sobre o estalo do padre Vieira.
Elementos de arte e técnica
Sem fim. A minha escrita é um burilamento interminável.
Natural. É bom lembrar que ninguém ensinou o canário a cantar nem o joão-de-barro a construir: é isso que diferencia o artista do técnico.
Adquirido. Pensando bem, sou um técnico em poesia ou montador de versos — o que toda pessoa pode ser: basta aprender técnica.
Sem sujeito. Uma impessoalidade pode esconder a verdade.
Sujeito como objeto. A teoria da Comunicação considera que o autor seja a fonte emissora da mensagem e que o livro, por exemplo, seja o canal ou veículo. Mas quem escreve é também um veículo (objeto nas mãos da Natureza) que revela um dom vigiado pelo Homem.
Ponto de vista. Em todo lugar escrito, vejo um pedaço de gente.
Lugar de escrever. Escrevo direto no (meu) Blog, onde me sinto confortavelmente vaidoso com o espetáculo metódico da criação embrionária: vou e volto, faço e desfaço — até chegar a bom termo. Porém mantenho gosto pelo papel. Sou também um membro escritor do Recanto das Letras, que representa a minha "academia nacional de letras".
Arte e técnica. Quando me refiro ao artista nato, lembro o dom da arte; quando falo em quem se fez artista, lembro a perfeição da técnica. Assim, um poeta (bem como escritor, músico, médico) pode ser artista ou técnico: "técnico em arte ou em poesia".
Contrários. Na forma dialética, há momento em que as conjunções mais usadas são as adversativas, considerando os dois lados da questão (por um lado, por outro lado, em síntese), que podem chegar a n-lados.
Ineditismo. “Tudo já foi dito" (La Bruèry). Mas nada impede que uma ideia seja mencionada, mesmo sendo óbvia. A sua presença pode firmar convicção ou atrair afinidade entre os interlocutores.
Hífen. O que deixa de ser um tracinho e vira uma "barra pesada" é o hífen no final da linha: separa sílaba, divide palavra composta e verbo com pronome oblíquo — sempre causando problema na mudança de linha, para leitura e formatação do texto.
Verbo. São três formas verbais: o infinitivo (por exemplo, fazer) e o gerúndio (fazendo) transmitem a ideia de continuação, enquanto o particípio (feito) denota conclusão. A escolha de uma delas — mais no título que no texto — vai do senso de quem fala, bem como da circunstância.
Expressar. Exprimir uma ideia "não é 'espremer' o leitor". Por isso, vivam 5C: Clareza, Concisão, Coerência, Conclusão e Correção.
Sugestões diretas
Conselho. Jovem! Escreva sempre. Não se importe se tiver de repetir o que os outros já disseram; pode até começar, imitando os grandes nomes no assunto.
Germe. A Escrita germina um bom verme; só quer o começo: de frase em frase.
Início. Não se preocupe o iniciante, na hora de escrever, com a suposta mediocridade do seu tema, pois o mesmo pode se tornar útil.
Conhecer. A minha sugestão é que a melhor maneira de alguém começar a escrever, seja escrevendo pensamentos em frases curtas ou longas a respeito de assuntos que conhece bem.
Andamento. Escrevem-se as noções de modo fragmentado. Depois, juntam-se os trechos, até se formar um conceito ou opinião; é bastante que seja dentro do mesmo tema/subtema. Tal sugestão possui fundamento no método brainstorming (tempestade de ideias).
Evolução. A pessoa que escreve pensamentos vai, com o tempo, organizando suas ideias e formando um conjunto que contenha mensagem maior: poderá ser um texto ou capítulo (como eu estou fazendo aqui).
Agradando. A melhor maneira de agradar um escritor é ler, comentar e divulgar a sua obra: é mais no comentário do que nas outras duas fases.
Avaliando. Para avaliar seus livros, convém o autor colocar-se abaixo, ou acima, da sua criação, porque, enquanto ele a escreve, fica no mesmo nível.
Tema, extensão e conclusão
Não sair do tema. Uma forma simples de aprender a escrever dentro do assunto é glosar (desenvolver) um mote, ou seja, fazer estrofes, terminando sempre com o refrão de um ou dois versos.
Temática. Todo pensador tem seu "raio de ação" ou de pensamento: precisa de muito esforço para passar desse universo temático, limitado pelo seu conhecimento. Ou melhor, precisa estudar mais.
Universo temático. Aparentemente as ideias andam longe uma das outras na mente do mesmo redator. Mas, não. Existe um conjunto-universo “temático” delimitado por onde a sua mente campeia e do qual ele não se afasta muito.
Limitação temática. A limitação temática de um escritor só aparece depois que ele já tem elaborado muitas obras e quer mudar os temas; muda a opinião, muda a perspectiva, amplia o meio de publicação, mas não muda o ramo de conhecimento abordado.
Prolixo ou breve? Pouca gente gosta de quem é prolixo. Mas, quando uma Universidade quer avaliar conhecimento (redacional ou profissional), exige em uma redação de vinte linhas tudo aquilo que poderia ser dito em uma só.
Compor e decompor. Com habilidade, um texto pode ser desmembrado em aforismos, bem como um conjunto de aforismos pode formar um texto.
Assunto de monografia. Há duas maneiras (além de outras) para concludente escolher o tema da monografia a ser feita quando terminar um curso: a primeira nasce da sua inquietação com determinado problema durante o estudo na Faculdade; a segunda é verificar, na conclusão de outros trabalhos, "questão aberta" deixada para outra pesquisa que alguém queira fazer.
"Mar de lama." Recomenda-se não falar em assunto desagradável, porque pode não trazer bom fluido. Mas quem escreve é muitas vezes inconformado, se não inquieto, frente aos lados contrários da Vida.
"Mar de rosas." Quem escreve passa também alguns tempos da sua vida em "bom astral" e fala sobre o mesmo com euforia.
Conclusão
Conclusivo. Um escritor não deve enganar-se com universalidade: precisa dizer a conclusão específica do seu caso estudado, pode estendê-la (por analogia) aos casos parecidos e deixar que o leitor aplique a regra a outras situações, como em processo indutivo.
Forma Impessoal
Unanimidade. A Oração de São Francisco — decantada por um milhão de pessoas que se identificam com a sua mensagem, usa o pronome "eu" ("onde houver trevas, que eu leve a luz") —, sendo exemplo da unanimidade nos pensamentos, mesmo com a marca pessoal do Santo. Muitas cantigas de rádio são assim também.
Cumplicidade. O escritor é considerado cúmplice da sua mensagem como se a mesma fosse da sua conta ou da sua vida pessoal; nesse ponto, a Metodologia tem razão de recomendar a forma impessoal, embora não evite a cumplicidade.
Cumplicidade autoral. Não existe isenção de quem escreve: o autor é cúmplice ou testemunha da sua obra (como do seu aforismo), além de ser único responsável pelo seu conteúdo. Alguém disse que, lendo o "Memorial de Maria Moura" (Raquel de Queiroz), achou que ela era Maria Moura.
Impessoal. A impessoalidade exige um toque de mestre, devido à sutileza da sua interpretação.
Impessoalidade. A Metodologia recomenda a impessoalidade no discurso, mas isso diminui a clareza. Como dizer "recomenda-se", quando só eu é que "recomendo"? Até mesmo "plural de modéstia" diminui a clareza: é preciso saber usar "nós", falando "sobre mim". De acordo com as traduções que li, René Descartes escrevia muito no "eu" (primeira pessoa singular).
Questão de forma. Em correção textual, já gastei muito tempo, colocando a redação na forma impessoal: é uma recomendação da Metodologia. Mas isso não enriquece as ideias e diminui a clareza.
Norma culta. Obedeço à Gramática, à Metodologia e às Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Porém acho algumas falhas nessa tríade.
Estilo e criatividade
Gíria. A Gíria tem uma facilidade incrível de falar tudo em poucas palavras e não dizer nada.
Mudança. Hoje sou metódico; mas, durante muio tempo, achava que o método não tinha importância: importava o resultado.
Achismo ou "achologia" (neologismo). Quase tudo parece que é. Portanto, respondo com segurança: "eu acho", "eu penso", "eu suponho", "talvez", "provavelmente" e outros advérbios de modo incerto.
Certeza. Onde está a certeza ou a verdade? É certo que o dia de ontem passou e que a morte vem.
Evidência. O que é óbvio convém ser dito, porque pode estar esquecido; o que é obscuro deve ser explicado, porque muitos não conhecem.
Dicionário. Muitas vezes o antônimo é tão esclarecedor quanto o sinônimo.
Juízo de valor. Cuidado com adjetivo: quando dizemos que algo ou alguém é bom, certo, justo, direito, bonito, etc. (ou o contrário), estamos julgando. Uma parte da Sociedade gosta. Mas convém achar outra maneira de expressar essa ideia com certa neutralidade ou com outras palavras.
Armadura do plágio. Quanto mais tento criar, mais estou imitando os sábios. Quando muito, consigo mudar a maneira de escrever.
Criação. Segundo o Rei Salomão, "Não há nada de novo debaixo do Sol"; conforme Jean La Bruéry, "Tudo já foi dito". Sendo assim, só restaria, para inovar, a maneira de fazer e de falar. Mas também ainda existe muita obra incompleta, muita ação em andamento, que precisam de invento.
Dificuldade. De todas as formas de escrever, a mais simples e mais difícil é sob a forma de adágio, porque tem de ser universal.
Adágio no texto. Um provérbio, sentença, frase célebre ou pensamento pode ser cabível abaixo do título, tornando-se epígrafe; se for usado na introdução, está no rumo da hipótese a ser comprovada, ou a tese a ser defendida; quando é mencionado no meio do texto, vira uma citação; e no final, é retomado para dizer se a hipótese foi comprovada ou se ficou em aberto.
Lugar-comum. Tenho observado que o "lugar-comum" recebe rejeição. Porém, segundo o Dicionário Houaiss, tanto pode ser um chavão ou banalidade como pode ser fonte de argumentos da qual se utiliza orador e teólogo — e eu acrescento: um jornalista em sua narrativa.
De três, três. Caso eu tenha dúvida ao escolher, por exemplo, uma das palavas "festa, ritual ou espetáculo", faço a combinação: "festa ritualística e espetacular" (para não perder a cogitação).
Detalhe frasal. Salomão disse que "Tudo é vaidade!" Mas o que se dirá da morte como tal? Eu diria "quase tudo" é vaidade!
Estilo de Jesus: Cristo fazia paralelos quando pregava. Por exemplo: "Foi dito aos antigos que '...'. Eu, porém, vos digo: '...'".
Simples. Para quem é sofisticado, a simplicidade pode se tornar muito complicada.
Simples. Jornalista não usa palavra difícil; erudito poderia ser assim também.
Opinião. A linguagem popular é simples e clara; talvez, por isso, tenha grande alcance; a erudita pode ser assim também.
Geral e específico. Diz-se que não é bom generalizar; como de fato, porque pode envolver inocente. Mas também a especificação pode dar problema por esquecer outros. Logo, é preciso usar uma regra em cada situação.
Equilíbrio. Generalização e especificação ajudam a tornar um sistema justo.
Escrito. Escrever é também uma forma civilizada de ensinar.
Inquieto. Uma dissertação acadêmica tem de ser feita a partir de uma inquietude.
Aluno.
Aluno pensante
é mais estudante;
se for curioso,
é mais estudioso;
quando é esforçado,
é mais dedicado.
Inquieto. Por mais discreto que seja, quem escreve tem alguma inquietação que não quer mais deixar passar em branco.
Título de um texto
Título. O título de uma obra e o nome de uma pessoa podem ser atraentes ou rejeitados por toda a vida.
Chamativo e temático. O título de um texto pode ser chamativo e temático (técnico): sendo chamativo, não precisa ter relação com o assunto (pode até virar uma “charada” para o leitor); já o título técnico deve indicar uma pista do tema, sendo fiel ao mesmo.
Propriedade. Por mais resumido que seja um texto ou uma frase, cabe ser-lhe atribuído um título, como nos meus aforismos.
Tamanho. Quanto maior for um título, mais específico será; ao invés, quanto menor, mais abrangente — assim como existem muitas Marias, mas existem menos Marias Aparecidas e menos ainda, Marias Aparecidas da Silva Moraes.
Binômio do título. É natural que um site ou blogue receba o nome do seu autor (como a capa de um livro). Mas é procurado objetivamente pelo seu conteúdo.
Novidades no título.
A primeira suposta invenção no meu estilo (se é que tenho algum) está em atribuir título a cada "frase ou estrofe com mensagem ou pensamento" (que escrevo).
A segunda inovação vem da preferência pelo adjetivo e outras formas (em vez de substantivo), bem como pelo particípio (no lugar de infinitivo e gerúndio).
A terceira seria o tamanho em torno de uma a três palavras; em muitos poemas, dou título metrificado em cada estrofe (como se fosse um tópico).
A quarta consiste em atribuir títulos com tamanhos proporcionais, entre si, — aos capítulos, seções e subtópicos, tornando o sumário ou índice quase "metrificado" (parecendo uma grade).
Título em texto, poesia e trabalho.
Em qualquer texto, é preciso ter cuidado para o título não virar uma "charada".
Na poesia, o ideal é adotar um título chamativo (ou metafórico), mas que seja temático, porque se torna bonito e dentro do assunto. Recorre-se também aos símbolos para atribuir título metafórico.
Em trabalho acadêmico, já convém adotar um título com cem por cento da linha temática, usando termo científico; em algum caso, sofisticado, o que pode agradar a algum membro da banca examinadora ou segmento da comunidade universitária.
Público leitor
Geral. Escrevo para os nobres de alma e de caráter, bem assim aqueles de bom coração.
Indiferente. Não escrevo para desafeto. Sobre meus conteúdos, prefiro que diga: "não li e não gostei".
Irônico. Na comunicação, a ironia é inimiga da clareza.
Cúmplice. Escreveu, comprometeu-se. É por isso que muita gente não escreve; receia as farpas da opinião pública.
Conhecido. Leitor escolhido mesmo é só aquele destinatário declarado em correspondência postal, oficial, afetiva e outras.
Desconhecido. Toda frase, texto ou livro é uma transmissão às cegas.
Gosto, necessidade. Existe apenas um público destinatário visivelmente interessado em uma opinião, artigo ou obra, mas o autor nunca sabe quem será: "as pessoas que gostarem ou precisarem da sua mensagem".
Reflexo. O leitor mais atento consegue entender também o espírito de quem escreve, mas não, muito.
Sintonia. O que explica a preferência por um autor, independente da sua pessoa? Como na comunicação oral, existe uma razão (em meio a outras): é certa afinidade entre as ideias.
Perfil. Leitor, ouvinte, telespectador não se detêm muito na introdução e desenvolvimento: querem saber logo da conclusão. Já o pesquisador demora mais nos primeiros estágios para fundamentar sua tese.
Ser lido ou não.
A simples impressão de não ser lido já desanima a escrever.
O isolamento de um escritor não se acha na solidão, mas no desgosto de não ser lido.
Perspectiva. De pensativo a pensador, é um caminho de escritor.
Metáfora de Bloguista
Leitor-Maomé, postagem-montanha.
Postagem e leitor.
Mensagem. A minha mensagem vai ao leitor como “a montanha vai a Maomé”.
Cotidiano. Uma razão de um cronista agradar a muitos é porque se obriga a falar a verdade.
Cumplicidade. O escritor é considerado cúmplice da sua mensagem como se a mesma fosse da sua conta ou da sua vida pessoal; nesse ponto, a Metodologia tem razão de recomendar a forma impessoal.
Impessoal. A impessoalidade exige um toque de mestre, devido à sutileza da sua interpretação.
Nudez. Tirou-se a máscara, caiu a face: feriu-se a alma.
"Mar de lama." Recomenda-se não falar em assunto desagradável, porque pode não trazer bom fluido. Mas quem escreve é muitas vezes inconformado, se não inquieto, frente aos contrários da Vida.
"Mar de rosas." Quem escreve passa também alguns tempos da sua vida em "bom astral" e fala sobre o mesmo com euforia.
Inquieto. Uma dissertação acadêmica tem de ser feita a partir de uma inquietude.
Discípulo. Ao dizer que segue um mestre, uma pessoa já aprendeu muito a viver.
Detalhe: metonímia (ou transnominação). Não admiramos o conjunto: contemplamos o elemento. Vem daí, talvez, uma explicação para a metonímia (figura de linguagem que muda o nome), quando troca o todo pela parte (exemplo: ele completou dez primaveras, e não, ele completou dez anos; alterna o singular com o plural (a mulher conquistou seu lugar, em vez de todas as mulheres conquistaram...; substitui o sinal pela coisa significada (a cruz o salvará, em vez de a fé o salvará); e outros casos metonímicos.
Regra e exemplo. Para alguns, é mais fácil achar o exemplo do que fazer a regra do mesmo; para outros, pode ser mais simples elaborar um princípio do que citar o caso; para muitos, uma coisa e outra são dífíceis, ou são ambas igualmente fáceis. Logo, para quase todos, há facilidade ou dificuldade nesse processo. Mas tal lógica leva poucos a escrever. E o que dizer de todos? Bem: todos passamos pelo universo da criação escrita!
Significativo. A palavra "coisa" é feia porque não tem sonoridade, não diz nada e diz tudo, além de ser muito comum; por exemplo, "coisa pública" (república) e "sentido da coisa".
Ordem mental. Quando escrevemos, precisamos de uma competência de organização superior à que temos no campo visível.