A PASTORA - 11

Benjamim pegou a bicicleta e a levou para trás, deixando-a escondida. Depois conduziu Elizabete para a janela que estava só encostada. Empurrou-a, deixando-a escancarada.

-- É por aqui que vamos entrar. Acha que consegue?

-- Nem duvide.

-- Eu vou primeiro, depois ajudo você.

-- Tudo bem.

Benjamim entrou, e, pelo lado de dentro, ajudou Elizabete a transpor a janela.

Caminhando lentamente para o centro da sala, ela arregalou os olhos e cobriu a boca com as duas mãos.

-- Ben! – virou-se para ele – isso é maravilhoso!

-- Eu também achei.

-- Olha! Uma lareira! – encaminhou-se para perto dela. Depois, voltando-se para Benjamim: – é tudo muito aconchegante! E esse sofá!... Espere... Está tudo limpo, sem poeira. Tem certeza de que não há ninguém morando aqui?

...

Em um momento de intervalo, Benjamim perguntou:

-- E o seu pai?

-- O que você quer saber sobre ele?

-- Ele não viu quando você saiu?

-- Não. Ele não fica muito tempo em casa. Só o suficiente para atormentar minha mãe... e a mim também, às vezes.

-- Eu sinto muito que seja assim.

-- Eu também. Mas não vamos falar sobre isso agora, tá?

-- Tudo bem.

Olhou em volta, conferindo a beleza do quarto e a luz que penetrava pela janela.

-- Esta cabana parece ter saído das páginas de um romance. Não poderia haver um lugar melhor para nós.

-- É o que você merece, Bete: Um lugar romântico!

Ela olhou para ele, mordendo o lábio, com os olhos brilhando.

-- E se o dono aparecer aqui? Abrir a porta de repente e nos encontrar? O que vamos fazer?

-- A gente pula a janela e sai correndo.

Começaram a rir.

-- Nós somos loucos!

-- É, acho que sim.

Isidio
Enviado por Isidio em 14/10/2020
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