A PASTORA - 9
O que todos ignoravam, exceto aqueles mais íntimos, os que estavam sempre ao seu redor, prontos para executar suas ordens, era que Adolfo tinha um temperamento violento, e não sentia empatia praticamente por ninguém. Ele representava muito bem o seu papel, era um ótimo ator. Assim, se alguém dissesse que ele era um monstro, seria ridicularizado e execrado.
Ciumento e possessivo, não permitia que a esposa, Alessandra, e a única filha, Elizabete, tivessem vida social.
Adolfo não raro chamava a esposa de vadia e lançava suspeitas de que ela o estivesse traindo. Mas, na verdade, o traidor, o infiel, era ele. Tinha relações promíscuas com mulheres de todos os níveis, sem qualquer compromisso, sem qualquer ligação amorosa. Ficava uma noite ou apenas algumas horas com uma mulher, sem ao menos saber o seu nome, e depois nunca mais tinha qualquer contato com ela. Desprezava-as.
Houve apenas uma mulher com quem ele manteve relacionamento amoroso por mais de um ano, sendo já casado com Alessandra. Por essa ele andava de quatro, comia em sua mão. Não havia nada que ela falasse ou pedisse que ele deixasse de atender. E mesmo depois que ela o deixou, continuou exercendo esse poder sobre ele.
Alice Miranda era a única mulher por quem Adolfo se apaixonara de verdade. Ela o deixou, não por causa do tráfico de drogas, mas porque descobrira que ele tinha sido responsável pela morte de uma jovem garota, grávida dele.