DIÁRIO DE QUARENTENA – PARTE 12

A peste matou sonhos. O jovem que estava prestes a abrir seu bistrô. A moça que estava com a mochila nas costas para peregrinar pela Europa. O palhaço que viu o circo baixar a lona. O açougueiro que teve que demitir a esposa e o filho, e depois se demitir. O rapaz que iria começar estágio na multinacional. O segurança da boate. O peladeiro que fazia bicos nos campeonatos de futebol amador. A diarista que havia feito financiamento do lote. Sonhos guardados, violados, revogados. Sonhos falidos, desabrigados de toda luz.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 03/07/2020
Reeditado em 03/07/2020
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