DIÁRIO DE QUARENTENA - PARTE 2
De repente fomos arrancados de nossas vidas. Para uma espécie de limbo. Estrangeiros começam a morrer aos milhares todos os dias. Brasileiros às centenas. A morte faz seu espetáculo grotesco. Faz sua safra. A morte vem em planilhas atualizadas todos os dias. Não fazemos comunhão com gráficos, com numerais. Só conseguimos os alcançar em compaixão quando são rostos, quando são severinos e carolinas. No limbo, vemos tudo isso. Ainda não sabemos para qual exército seremos convocados. Para os que lamentam ou para os que serão lamentados.