Frases e Aforismos
" O sujeito é o princípio por excelência do pensamento e da ação" - Não! Essa ficção precisa ser transmutada. O indivíduo não é nada, a espécie é tudo.
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O pensamento não nasce do sujeito, e sim da relação entre as forças cósmicas. Essa autonomia do "eu" é demasiado pretensiosa e já teve seu tempo, precisamos mudar a maneira de ver para mudarmos a maneira de sentir...
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Estamos na época das tragédias, isso explica essa crescente demanda de professores e heróis da moral. A comédia de nossa existência ainda não se tornou consciente de si mesma...
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Todo esse alarido sobre a razão da vida, esses efêmeros sentidos nos dizem apenas uma coisa: a humanidade ainda não aprendeu a rir de si mesma, não tem, ainda, a força para admitir que no fundo não é mais que loucura, impulso, instinto o "motivo" de suas ações. Mas como tudo é fluxo e refluxo, há de chegar esse dia...
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O universo vestiu-se de todos nós, numa pedra dorme o infinito.
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Não suporto imperativos categóricos, meu instinto se revolta contra todas as religiões e filosofias que baseiam-se nesta fórmula: "faça isso e não faça aquilo, assim será feliz - caso contrário..." - Não é isso um atentado contra a vida, a vida individual?
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Religiões nascem da miséria de não suportar a falta de sentido do sofrimento...
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Não é o sofrimento, mas a falta de sentido para o sofrimento o que os moralistas e religiosos não suportam. "- Por que sofremos?" - perguntam-se. "- Porque somos pecadores" - responde o sacerdote. Como? Viver na condição de culpado? Só assim suportam viver? Insânia. Repito, não é o sofrimento, mas a falta de seu sentido o que dói.
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Por que a vida se impôs a mentira se ela é a verdade? Arte é vida.
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Todos conhecem a necessidade do sofrimento para o crescimento, mas ninguém o afirma se não houver uma justificativa moral. Odiamos uma parte da vida. Condenamos a existência enquanto cremos na moral.
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"Ora, então nos diga qual fórmula podemos usar para suportar o sofrimento!" - Há sofrimento.
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O remédio para a miséria se chama - miséria.
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"O corpo sofre" - eis uma interpretação que poderia ser uma interpretação para quem precisa.
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"Só o amor salvará a humanidade" - Não! Só a coragem.
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Pertencer - eis a banalidade.
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Um ideal: viver sem pátria; não se subordinar a nada, nem ao amor; não crer na verdade, nem da descrença - ideias? somente para passar o tempo; não pertencer a nada, nem a homem ou mulher, credo ou profissão; nenhum orgulho quanto a isso - ligação nenhuma conosco nem com os outros; libertos de Deus, da ciência e de nós mesmos - assim decorre a vida íntima de um nômade...
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Na impotência de ser tudo, abdiquei de tudo.
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A quem nada quer respirar é tudo.
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Ser é estar livre. Estar livre é não pertencer...
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O que admiro: conviver, estar em relação, mantendo aquela independência longínqua que consiste em não pertencer a nada - admiro um coração puro.
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Somos possuídos pelas coisas que possuímos.
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Nada quero porque quero tudo. Sou tudo porque sou nada. Estou lá onde vejo o mundo. Não existo dos meus olhos para dentro.
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Ergo-me diante de mim e levanta-se toda a humanidade...
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Nós, filhos do conhecimento, temos de nos edificar com as desgraças da humanidade em vez de com-padecer delas. Os problemas da sobrevivência não nos diz respeito, somos nossa própria esfinge. Morreríamos de compaixão, como Cristo, de alma triste até a morte, quando orou ao Pai assim: "- Pai, afasta de mim esse cálice, não como eu quero, mas seja feita a sua vontade". - E em seguida descobre que seria traído. A compaixão tem efeito depressivo...
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Sou estações. Não suportaria uma eterna primavera. Mataria-me de alegria...
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Amo aquilo que é necessário, amo a vida como a morte.
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A beleza da minha vida consiste no contraste entre luz e sombra, tristeza e alegria. Não como coisas separadas, mas simultâneas. Não há um poente que não me despeça rindo de tristeza, não há aurora que não chore de alegria.
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Não entenderia a linguagem de alguém que sente apenas uma coisa de cada vez, no momento em que estou feliz há nisso um elemento de tristeza que ofusca a luz do sol. - Ah, e como é lindo as frinchas de alegria atravessando os buracos da tristeza!
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Todo emoção em mim traz o seu contrário. Sou duplo, dois lados de um mesmo eu.
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Sou um contemplativo, viajante estético por natureza, amante do mundo - como poderia adorar apenas a alegria? Nunca busquei a felicidade, busquei minha obra, a completude. E o melhor gosto encontrei no contraste entre luz e trevas.
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Um homem que é triste, e não pessimista, ao contrário dos sábios e místicos, não buscará se libertar deste mundo, e sim criar o mundo.
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Não sou pessimista, sou triste...
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Sofro porque morro, e por que morro vivo, logo sou feliz.