NA SUPERFICIALIDADE
Às vezes, nem tudo é tal como aparenta ser. Nem tudo o que os nossos olhos veem e os nossos sentidos obtém de impressões, condiz com a totalidade de uma verdade. Estamos acostumados demais a olharmos somente a superfície e as aparências; enfim, estamos acostumados apenas a apreciar uma meia verdade conveniente, em vez de uma verdade total de teor desconcertante e transformador. Chegamos tão somente a crosta ou ao involucro protetor, mas não descemos ao núcleo e ao cerne de uma questão crucial que nos desvela as verdades mais essenciais da alma e do coração. Não vamos, portanto, a fundo na compreensão de outro ser humano, na com-apreensão do seu íntimo e das suas nuances psíquicas, pois temos receio de constatarmos algo que fere o nosso raso saber acerca do seu pouco cognoscível ser.