O PEDREIRO que foi RECONHECIDO pela COMUNIDADE de FILOSOFIA

Era uma vez o pedreiro Aldair da Rocha, que foi chamado para reformar a “casa de campo” do famoso filósofo marxista Gilmar Teloforte. O trabalhador braçal chamou a atenção dessa celebridade dona de neurônios premiados, que prestou atenção ao primor e à correção com que ele dominava o chamado “material de construção”. Foi tanto que o filósofo entendeu que estava diante de um dos melhores e mais hábeis profissionais do ramo da construção civil, razão pela qual ficou-lhe claro que fazia sentido o pedreiro ter estipulado um valor alto para sua mão-de-obra.

O filósofo marxista, então, propôs ampliar o contrato e ofertou ao pedreiro um bom valor para que construísse um belo muro ao redor do casarão. Porém, para sua surpresa, o pedreiro Aldair respondeu:

- Meu patrão, nos meus reconhecidos 30 anos de experiência eu jamais aceitei construir muros.

Ao ser perguntado pelo surpreso filósofo qual a razão de tal atitude que certamente significaria perda de dinheiro e talvez de prestígio, o Aldair da Rocha respondeu:

- Meu patrão, isso é um modo (meu) de passar uma mensagem prática para todos que me contratam. Eu me recuso a construir esse tipo de coisa porque não quero incentivar aqueles que não tomam posição, e nem assumem um lado, em assuntos que interessam ao bem do povo. E isso se chama ficar em cima do muro. Fica aí o meu protesto, com todo respeito, para o senhor também espalhar nas aulas que o senhor dá. Realmente, não levanto nem reformo muros e não importa o quanto me ofereça.

O filósofo não se ofendeu e, ao contrário, decidiu que não deixaria aquele homem longe da Academia de Filosofia. Assim, convenceu a comunidade que frequentava... a sempre darem preferência ao Aldair nos reparos e nas reformas da instituição onde se reuniam as maiores cabeças pensantes. O Aldair, até a aposentadoria, jamais deixou de ser chamado para frequentar aquele meio – sempre espalhando sua filosofia e se recusando a construir ou reformar muros. *

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*Relato baseado em papos reais.