O Balé do hipopótamo...

É belo como se comporta em seu habitat. Nele todos são iguais, porém as diferenças se apresentam naqueles que parecem possuir o dom de bailar. Refiro-me a aqueles mais desinibidos do bando que cheios de graça se destacam pela forma de agir frente aos outros que ali estão. A forma como se locomovem e brincam se assemelha a de um bailarino que com amor expressa através da dança toda sua graça, leveza, beleza e segurança no que faz, interpretando peças teatrais que só os melhores compositores poderiam criar, e isso no auge de sua fama.

Não há como negar. Em seu ambiente ele é o protagonista e todo o preconceito quanto ao seu peso e a forma desengonçada de andar não passa de meros detalhes. Detalhes muito pequenos, medíocres até que só são vistos pelos olhos dos que se denominam críticos, mas que no fundo não passam de incultos e de imaginação rasa. Que não apreciam a beleza em sua forma mais pura e por piadas tentam tomar de graça o protagonismo que não os pertence. Ai então, a natureza soberana no quesito criação, detentora de todas as premiações a que já foi indicada mostra a sua força e os coloca em seu devido lugar; assentados na primeira fileira, e não mais como jurados, e sim como aprendizes que reconhecem que na vida ainda a muito para se aprender.

Balé do hipopótamo... Talvez a primeira impressão, por conta do título, tenha sido a de ser alguém, um homem, interpretando um hipopótamo bailando; como se o homem fosse detentor desta arte. Engano... Se imitadores desta arte existe é o homem. Afinal quem veio antes o homem ou a natureza...? Pode o homem inventar algo do que não existe ou precisa encontrar na natureza recursos e até mesmo inspiração para seus feitos?

Quando se despir e se colocar como parte integrante da natureza, passará a aproveitar mais o prazer e a satisfação que a beleza que ela própria nos apresenta nos dá. Ver esses animais de grande porte se divertindo entre si num balé clássico em que não a falhas de sincronismo e nem erros por medo ou insegurança só mesmo se livrando dessa couraça de homens detentores da verdade e do bom gosto.

É preciso ser puro para enxergar a pureza e belo para enxergar a beleza. Inteligente para aprender e perspicaz para reconhecer que homens não são e nem serão melhores nem piores, o que de fato favorece é o ambiente. E nesse aqui é preciso reconhecer que não há melhores do que eles.

Guimarãessantos
Enviado por Guimarãessantos em 25/02/2019
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