Intimidades 1069
Ainda que o meu coração apertado me peça para não escrever devo fazê-lo. Escrever afasta-me o medo, a angústia, a melancolia que me sobrou por ter agora um caminho mais solitário. Ainda para dentro canto “ A saia da Carolina tem um lagarto pintado”, “ó malhão, malhão, que vida é a tua?”, “ Fui ao Jardim da Celeste, giroflé, giroflá”. Cantava para ela sair das sombras onde o seu espírito se perdia, cantava para ela se recordar e me acompanhar, para ser menos penoso olhar o seu rosto triste. Para que, eco de outros tempos, o seu sorriso viesse em vez das dores.