Intimidades 1060
Ainda em mim a memória do teu corpo, o raspar lento dos dias, a voz da terra a notar-se sob as fragas, o tempo a mudar. Vinhas cedo para ouvir o mar, para vê-lo galgar as pedras e arrebentar em espuma. Arrepio-me de te saber em mim, de escutar as tuas palavras longínquas como se as velasse a ausência. Importa que as escute, as saiba de cor, as adivinhe, as torne vivas na minha boca onde, cativo, está sempre o teu nome.