Intimidades 714
Era de novo o passado, a noite com estrelas gordas, o fogo. Eras tu uma tentação permanente, as palavras encolhidas na conversa, o café a fazer em brasas separadas, as mãos com vontade atadas à virtude e o impedimento dos outros, sombras a deambular naquele pátio como se fossem, sem ser, vigias e lei, gritos potenciais de alerta, vozes de lá. O amor que sabiam não estava ali, parou no limiar da Fazenda onde só havia sisal e solidão. Bebi da caneca o teu café, queimei-te com os olhos e recolhi à camarata. Tu ficaste para junto à fogueira ver clarear outro dia.